terça-feira, 6 de março de 2012

PROJETO ISOLAMENTO TÉRMICO

Estudantes do curso de Edificações produzem mantas de isolamento térmico a partir de caixinhas de leite.

Quixeramobim Para muitos, a problemática do lixo termina na porta de casa. Basta juntar os restos em sacos plásticos, colocá-los à disposição na calçada e esperar que o material seja levado, certo?

Infelizmente, essa é a rotina da maioria dos lares no Ceará. Só em Fortaleza, por exemplo, são coletadas 3.400 toneladas de lixo por dia. Poucas pessoas separam o material que pode ser reaproveitado daquele que, de fato, não tem mais utilidade.

Percorrendo alguns dos cenários que envolvem essa questão, o Diário do Nordeste Online produziu um hotsite especial sobre a reciclagem no Estado

Abordando desde as perspectivas de melhoria no setor, passando pelas formas de reaproveitamento do alumínio, nossa equipe trouxe histórias de gente que dá um rumo diferente ao que chama-se de lixo.

Exemplos de consciência ambiental como a dos alunos da Escola Profissionalizante Doutor José Alves da Silveira, em Quixeramobim, no Sertão Central. Por lá, os estudantes vêm produzindo mantas de isolamento térmico a partir de caixinhas Tetra Pak. Com baixo custo e ainda ajudando na diminuição da poluição, o projeto tornou-se referência entre alunos, professores e comunidade.

Batizada de "Isolamento Térmico: solução econômica e ecológica", o projeto surgiu após os estudantes observarem que o teto do refeitório da escola era revestido de alumínio industrializado. Com uma temperatura agradável à sombra, a turma decidiu pesquisar mais sobre o metal. "Eles estudaram o alumínio e descobriram que as embalagens Tetra Pak continham o material. Começaram a fazer testes com as caixinhas no laboratório de física e tiveram a ideia de produzir uma manta térmica", relembra Adriana Araújo Alves, professora e também coordenadora do curso de Edificações.

Das aulas teóricas para a prática, foi um pulo. As primeiras descobertas no laboratório foram suficientes para levar os alunos a campo. Devidamente orientados, eles visitaram residências de famílias de baixa renda de Quixeramobim à procura do melhor lugar para testar a manta.

"Escolhemos a casa de um dos nossos colegas, porque ficava na periferia, no bairro Maravilha, onde as condições eram restritas e seria mais fácil de acompanhar o processo", garante Guilherme Farias, do 2º ano de Edificações, integrante do projeto.

Ideia em prática

Durante uma semana, a manta ficou na sala da casa de Jeferson Brendan, também do 2º ano. Ele recorda que "quando chegava da rua, o calor era imenso. A sala era o ambiente mais quente".

A mudança com a instalação da manta térmica foi nítida: diminuição média de 9 graus. Crysna Arruda, outra integrante do projeto, explica que os moradores foram orientados a anotar a temperatura sempre por volta das 13h, "período de sensação térmica mais elevada", garante.

Os gráficos, fotos e demais dados foram todos registrados no caderninho de campo e no blog (http://www.projetoisolamentotermico.blogspot.com). A repercussão do experimento estimulou a competição saudável. "Esse projeto despertou o interesse dos outros alunos a estarem envolvidos, seja dando continuidade ou trazendo algo inédito. Nós trabalhamos o conceito de replicabilidade, que é aplicar na sociedade o que foi aprendido na escola", comemora a diretora da instituição, Maria Josimar.

Viabilidade comercial

Empolgados com as possibilidades a partir da reciclagem das caixinhas, alunos e professores, agora, tentam conseguir uma máquina industrial, que deve ajudar a aumentar a produção de mantas e viabilizar a comercialização em massa dos produtos, seja para atender a comunidade ou oferecer o serviço a empresas do setor imobiliário.

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