TEMPO DE REAÇÃO
Pesquisadores da USP utilizaram videogames de corridas de carro como ferramenta básica para criar um sistema que poderá salvar vidas no trânsito real.
Eduardo Bertoldi e Lucia Filgueiras criaram um sistema anti-colisão que alerta ao motorista a aproximação lateral de um veículo em rota de colisão.
Durante o desenvolvimento, os pesquisadores usaram games de corrida de código livre para as simulações e coletas de dados.
"Com o auxílio do jogo eletrônico medimos o tempo de reação média dos condutores. Percebemos que, após a introdução do sistema de alertas, o tempo de reação diminuiu, ou seja, os condutores reagiram mais rapidamente à possibilidade de acidente", conta Eduardo.
ROTA DE COLISÃO
O sistema possui sensores instalados nas laterais do veículo e dois tipos diferentes de alarmes na parte interna do carro.
Os sensores laterais são capazes de identificar veículos a vinte metros de distância, em rota de colisão, sobretudo no ponto cego do motorista.
Quando o sistema detecta uma situação de possibilidade de colisão, dois alarmes internos são acionados para estimular o motorista a evitar o choque: um bip com som tridimensional (3D) e um alerta vibratório, situado no assento do motorista, próximo ao joelho.
Projeção de como o sistema ficará instalado no interior de um carro.
Tanto o sistema de som 3D quanto o alerta vibratório diferenciam o lado pelo qual o veículo está se aproximando, apresentando ainda intensidades que variam de acordo com a iminência da batida.
"Os alertas trabalham com sons graves e intensos e vibram em diferentes intensidades também. Tudo isso para que o motorista não precise processar muitas informações e possa reagir com a rapidez necessária para evitar o acidente " descreve Eduardo.
OPCIONAL POR R$100,00
O pesquisador ressalta que o equipamento, de fácil instalação, pode ser acoplado ao sistema elétrico do carro e possui baixo custo.
"O sistema funciona como um elemento opcional, que proporciona mais segurança para o motorista. É um aparelho muito próximo a um sensor de estacionamento e com um custo estimado inferior a R$100,00, que pode ficar ainda mais barato com uma produção em grande escala," afirma.
"Conseguimos evitar que os alarmes não assustassem ou causassem incômodo aos condutores e também reduzimos a incidência de erros do sistema", afirma o pesquisador.
Apesar de diminuir o número de colisões laterais causadas pelo ponto-cego ou pela distração dos motoristas, o protótipo ainda necessita de mais testes, com um número maior de pessoas, para ser otimizado e implementado no mercado.
Natália Mouta
Professora de Física
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