quarta-feira, 26 de outubro de 2011

NEUTRINOS MAIS RÁPIDOS QUE A LUZ?



Medição de velocidade feita por grupo europeu provavelmente não está correta, apostam físicos brasileiros.

Na semana passada, a notícia de que cientistas haviam encontrado neutrinos mais rápidos que a luz num experimento fez vibrar o mundo da ciência. Caso os resultados estejam corretos, eles devem abalar uma das principais fundações sobre as quais a física moderna está alicerçada: a teoria da relatividade restrita.

Concebida por Albert Einstein em 1905, ela estipula que a velocidade máxima permitida no universo seria a da luz -- cerca de 300 mil km/s. Aparentemente, acelerar qualquer objeto ou partícula além desse limite exigiria energia infinita, que obviamente jamais estaria disponível.


Contudo, sem fazer força alguma, os neutrinos detectados pelo detector OPERA (sigla para Oscillation Project with Emulsion tRacking Apparatus), localizado na Itália, parecem ter percorrido uma distância de cerca de 730 quilômetros 60 bilionésimos de segundo mais depressa do que a luz o faria.

Fosse um medidor de velocidade no trânsito, certamente a pequena transgressão dos neutrinos teria passado sem multa. Mas as leis universais são implacáveis. Se passou a velocidade da luz, a premissa sobre a qual a relatividade restrita foi construída deve estar errada.


Os neutrinos são originalmente gerados no CERN, grande laboratório europeu de física de partículas que fica na fronteira entre a França e a Suíça. E foi lá que os pesquisadores do OPERA tiveram a chance de apresentar seus resultados, num seminário. "Foi uma medição direta do tempo de voo", diz Antonio Ereditato, físico da Universidade de Berna, na Suíça, e representante do grupo. "Medimos a distância e medimos o tempo, então calculamos a velocidade, como se faz na escola." De acordo com os pesquisadores, a margem de erro é de 10 nanossegundos (um sexto da diferença entre a velocidade da luz e a dos neutrinos estudados).

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